quinta-feira, 27 de março de 2008

RE: Jururu


“Passarinhas Lilica, Mada, Veet, Carlinha… que som é esse qual é o nome dele?

Ufa… consegui subir aqui nesse galho de arvore enfiando meu bico no tronco, porque minha asa ta dura… eu sei que eu sou meio “cheinha” mas eu queria ficar quietinha pertinho de vocês nesse ninho…

O foda é que eu nem sei que tipo de passaro-inho eu sou… as vezes (muitas vezes) eu sou um frango sem penas ciscando encolhidinho por aí, outras sou um filhote de avestruz… eu nem sei mais só sei que tenho asas, mesmo que atrofiadas…

Ta tudo muito louco…

Nunca mais escrevi porque eu estava esperando trazer algo de bom pro grupo, mas não consegui “botar” nada ultimamente…

To muito distante de mim, das pessoas… só ouço vaias… dentro de mim.

Tive medo de escrever, ou falar, ou sei la enfiar os dedos no teclado, enfiar o pé na jaca mesmo e essas vaias interiores estourarem meus tímpanos atraves de vocês… do mundo…

Não to conseguindo me acompanhar, nem acompanhar a chuva de letras e sentimentos que aparecem aqui no nosso diário de bordo.

Me identifiquei com várias situações aqui citadas, tive raiva de outras, angustias, saudades, compreensão, e muita muita sensação de não fazer parte do todo, desse todo também…

To com muita raiva das palavras sustentar… membrana, respira, aguenta e isso e aquilo, e todo um vocabulário…

As palavras me cansam, sentir raiva me cansa… me canso a ponto de enfraquecer, amolecer, desistir… Me canso mas não desligo. Ja fazem alguns dias que não durmo a noite, agora por exemplo estou a duas noites sem dormir… com uma puta raiva mole, que infelizmente vira mágoa e eu não consigo me mexer, me expressar, me colocar,não consigo vir pro mundo…………

Fico cada vez mais dislexica. Qual é o lado direito mesmo?

Esqueço.Erro.Me diminuo.Encolho.Encurvo.
Diminuo mais um pouco.Entorto…
To fazendo muita força pra dentro, mas to sumindo cada vez mais...

Perdi a forma.

Também queria me parir Carla. mas só tem vindo ovo choco...

Meu rio secou… tentei voltar pra fonte,mas so to vendo lama...

E Liii acho que nunca senti o gosto do recheio...

Desculpem por escrever migalhas.

Pavão.Galinha.Frango.Pintinho.Passarinho.Piolhinho. ."



Paula, faz parte do grupo que se encontra mensalmente no Laboratório de Formatividade Tântrica da Companhia do Ser , repolhinha, passarinha, queridinha.

RE: Jururu, caju, chá verde

“Oi Veet,

Todos vão fazer fila por esse colo.

Parece que todos que estão escrevendo deram algum salto quantico (não entendo nada disso), pois o olhar mudou. Estão falando de outro lugar…Todos falam de algo de fronteira, de limiar, de morte, de beira de praia….

Ou talvez eu esteja projetando meu momento… vamos esperar pra ver…no meu caso sinto algo tão avassalador, uma profundidade tão estranhamente profunda… meu terror, minha solidão, minha sensação de abando, minha tristeza, minhas raivas que vem das entranhas. Todos esses sentimentos deram as mãos e me veio visitar… voltei a ter infecção na garganta. minhas visceras.

E se eu as toco, jorra todo esse lixo pra cima. Sinto que o calibre aumentou porque agora consigo catalogar e entender…E meu pai cavalga em cada gota desse fél. Sempre presente.Sempre odiei meu pai e nunca soube. Apenas acreditava que tinhamos uma certa distância. Mas o odeio da forma mais profunda possivel. Eu o trancaria num quarto e o mataria de novo. Arrancaria seus dedos, suas mãos, seu saco sujo, a garganta… puta merda. Que delirio!!!!!!!!!!!o foda não é esse ódio é saber que todos suas relações foi temperada por esse sentimento que era tão inconsciente. Mas estava sempre saindo pelos vazamentos…

Ahh Veet, não saberia ainda lidar com um colo… rs”

Alex Ferraz (faz parte do grupo que se encontra mensalmente no Laboratório de Formatividade Tântrica da Companhia do Ser , se desnuda cada vez mais no grupo, mostrando todas suas faces, conhecendo todo seu ser. Faz o trabalho valer a pena.)

RE: Deixar...

“Carlinha

Tenho me segurando para ficar quietinho. Falar ou escrever é parte importante de uma identidade que sempre me foi pesada. É peso demais para alçar vôos rumo ao desconhecido. Mas … estou nesse grupo me apropriando de novas formas de me expressar.

O que tem acontecido em mim vem aos borbotões. Não estou assustado, não estou com medo, não estou ansioso, não estou … nada. Estou vazio de novo, mas agora aflora uma nova consciência, de que este vazio tem uma qualidade. E é fácil para mim perceber o motivo.

Quando cheguei assim tão perto dos corações desta comunidade tântrica eu já havia desisitido. Sou um suicida. Ahhhhhhhh … “eu” quero morrer. Aquela identidade pesada, doída, desistiu de viver. Já havia desistido faz muito tempo (quem aqui conhece o zoloft, o meu amigo antidepressivo?). Agora finalmente estou morrendo.

Muita calma nessa hora, pois quem não tem olhos para ouvir, nem ouvidos para ver, vai interpretar de forma errada. A morte está se fazendo cada dia mais presente. E eu a aceito. Não tenho medo. Não estou resignado. Não estou ansioso. Deixo que ela venha, deixo que ela me torne mais e mais vazio.

Não importa quanto tempo demore: sem ansiedade. Não tenho apego pelo que já está perdido de uma forma ou de outra: sem medo. A consciência afasta a dúvida. É preciso morrer para que a vida resurja. A vida renasce na morte. O que “foi” se torna fertilizante do que “é”, e assim o ciclo se completa.

A doce Veet me jogou fundo no fundo do fundo no último encontro quando do coração dela brotou uma nova verdade: a da “saudade negativa”. Não “saudade como algo negativo, ruim ou mau”, mas sim a “saudade elevada à potência menos um”, ou seja, saudades do que está por vir.

UAU!!! Tem que ser saudade, porque não há nada de novo para vir. Tudo já está aqui. Meu coração já está aqui. Ao mesmo tempo esta saudade se projeta para frente, porque se refere a algo que está por vir. A saudade do que está por vir. Nada virá de novo, mas tudo será renovado. Nada virá de desconhecido, mas tudo será reconhecido.

Eu ouvi isso como nunca antes consegui ouvir nada ou ninguém (tudo vem aos borbotões, tudo tem sido assim nesta convivência tântrica). Me apropriei dessa verdade, e uma nova consciência cresce com ela. Se eu estiver com medo, nada virá. Se eu estiver ansioso, nada acontecerá. Basta relaxar e aceitar essa “saudade negativa”, essa expectativa-certeza de que o que tiver que vir, virá. A morte abre espaço para a vida. O que “foi” nutre o que “é”.

Veet, essa “saudade negativa” foi plantada pelo seu coração em meu coração, e muito bem plantada. Agora ela cresce, vigorosa. Namastê. Namastê.

Compartilho isso em cima da sua mensagem, Carlinha, porque senti em você algo muito próximo a isso. Muito próximo mesmo. Posso sentir fundo as suas palavras, que é a linguagem da sua consciência, do seu coração. Posso dizer que também me sinto um nadinha de nada, e aceito isso; que também não me reconheço, e aceito isso; estou renascendo de mim mesmo, e aceito isso; que as ondas das praias de Santos cavam sob meus pés, me levando mais e mais fundo na areia, e eu aceito isso.

Carlinha, o caminho é de cada um, e não posso trilhá-lo com ninguém. Nem você. Nem ninguém. Mas poder sentir do seu coração a mesma experiência permite ao meu coração enraizar mais fundo a consciência de que esse é “o caminho”.
Eu precisava compartilhar com você, Carlinha. E com você, Veet. E com todos esses corações tântricos que tanto me doam amor nessa comunidade, nesse grupo. O que me é dado, não é meu, é de todos vocês.

E especialmente para você, Carlinha, se esta mensagem te der algo para transcender a angústia, o medo e a insegurança … só estou retornando o que recebi.

Namastê.”

Luiz Jardineiro ( faz parte do grupo que se encontra mensalmente no Laboratório de Formatividade Tântrica da Companhia do Ser ).

Namastê, Luiz!

Deixar...

“oi, queridas… Mada, Veet, Lili… será que tem um lugarzinho prá mim nesse ninho? já vou me aconchegando. esse tal jururu deve ser um passarinho meio estranho mesmo, encolhido, arrepiado…

….é assim que estou me sentido.um nadinha de nada. um nem sei mais o que sou. tento me ver e não me enxergo. ou melhor, não me reconheço.extremamente difícil de explicar, já que até as idéias e os argumentos estão passados. sinto uma angústia enorme. uma insatisfação. um medo de não conseguir crescer.

não tem nada em que segurar. não quero me segurar.posso deixar… vontade de chorar, vontade de correr, vontade de gritar, vontade de parir. de parir eu mesma de novo. virar do avesso. e de repente bate um silêncio, vontade de não fazer nada até mesmo de não ser.

estou como a olhar o mar da beirinha. a onda vem eleva a areia de baixo dos meus pés. parece que vou cair mas logo meus pés se afundam na areia nova.quando a forma de areia já está bem feitinha, outra onda vem e desmancha tudo novamente… minhas pernas as vezes firmam mas logo depois tremem muito também. quero entrar, mergulhar sem medo, mas ainda não consigo.
esse tanto de coisa nova acaba remexendo as antigas.deixar vir, deixar ir. mas ainda sinto as pernas tremerem.

beijos estremecidos, Carla (???)”

Carla A. (faz parte do grupo que se encontra mensalmente no Laboratório de Formatividade Tântrica da Companhia do Ser ,linda, forte e sensível).

Jururu, caju, chá verde

“oi lily… meu lírio…

quer almoçar comigo?posso ser teu valium agora?

oi todo mundo,

to um fiapinho, uma felpa. um rio no limite de secar, mas um fio d’agua cheio de potencial. lagrimas.não sobrou voz pra falar de mim, nem unha pra roer.

não sei o que colocar pro grupo.

não sei o que falar pra vc.mas to tão perto de você, e tenho um tantinho de colo, uma mão quente e um ravioli verde pra te oferecer. quer?

veet”



Veet Prem, da equipe avançada de Tantra e da equipe de terapeutas da Companhia do Ser)

Tragada pela Ressureição

Diário de bordo - feriado de páscoa, por Dhyam Mada (Laboratório de Formatividade Tântrica da Companhia do Ser ).

“Tá difícil sustentar as coisas que estão se passando comigo, minha cabeça, meu corpo, minha vida. À semelhança da Lili venho aqui para ver se consigo dar um pouco de luz aos pensamentos e sentimentos que estão dispersos.

Minhas estruturas corporais desabaram durante o último final de semana e sinto muita, mas muita estranheza interna. Meus alicerces se desfizeram como pó, meus escudos se soltaram e me sinto totalmente vulnerável. Estou quieta há vários dias, enrolada, em formato de tatu-bolinha, tentando me acolher em mim mesma. Sinto-me vulnerável, como se a qualquer momento alguém pudesse pisar nesse tatu-bolinha e me esmagar definitivamente.

Tive uma febre forte em decorrência de uma amidalite no sábado e durante a sessão “delírio” entrei em contato direto com as sensações que experimentei ante o ambiente de morte de pessoas queridas. Já havia iniciado o processo na última sessão individual com o Gabriel, sabia que desse contato viriam muitas coisas, mas confesso que está difícil saber quem sou ou como estou neste momento.

Essa vivência juntamente com algumas outras sessões de febre desencadearam milhares de sentimentos como meus medos, meu susto ante o desconhecido, minha sensação de abandono, minha sensação de injustiça, minha sensação de ser traída, minha sensação de ser preterida, minha sensação de ser humilhada, e por aí vai.

Aos poucos, cada sentimento, me leva a fazer contato com os motivos que me levaram a desenvolver vários dos meus padrões comportamentais. Começo a perceber que fui armando meus alicerces internos e meus escudos externos para me proteger de cada frustração, ausência, tristeza e falta de compreensão. Não queria sofrer, não queria ficar triste, não queria sentir a dor do vazio da ausência, não queria sofrer a humilhação de me sentir preterida.

Aos poucos fui aperfeiçoando meu modelo de auto suficiencia para não precisar depender do outro. Hora porque o outro não estava presente; hora porque o outro dizia que viria e não aparecia; hora porque o outro não podia; hora porque o outro já não mais existia.
Sinto-me completamente desarmada e fraca. Não tenho forças para me sustentar em meu corpo frágil e vulnerável. Sinto-me totalmente tragada pela energia da Ressureição!
Namastê!

Mada-desarmada-da-Silvia”

Jururu

“Esta semana me afundei numa deprê… Alternei em vontade de chorar e vontade de não fazer nada… Desespero e paralisia… Os dois são lugares já são bem conhecidos por mim, mas desta vez, mergulhei profundamente nelas… Minha pequeninisse. Meu ser menos. Não cuidar de mim. E reconhecer que este lugar é de extremo conforto, ainda que me faça mal. Me olho no espelho e levo um susto… afff…

Tudo começou semana passada, qdo conversando com minha terapeuta, me veio a seguinte questão: pq não consigo ir a fundo em nenhuma história, que medo de crescer e de ser adulta é esse, que não me faz cuidar direito de nada. É mais ou menos assim, eu aceito um trabalho, uma relação, mas vou levando, sem me compromissar demais, até o quanto não é “demais para mim”. Só que nessas, eu sempre faço um pouco menos, e sempre mal feito. Não é questão de perfeccionismo. Eu tenho certeza que sou capaz de fazer melhor… então pq não faço?

Parece um pouco da história que a Lila falou uma vez… Eu tenho um problema tão grande em me frustrar ou me decepcionar comigo e com os outros, que me frustro antes, já estrago tudo antes. Por medo de me decepcionar, não me aproprio inteiramente das relações. Não sinto vontade de me responsabilizar pelas histórias. Fico sempre na beiradinha, para não me molhar inteira. Mas quem fica na beirada não come o recheio.

Sou uma pessoa muito apegada às pessoas e às coisas. Sofro muito quando as perco, ou qdo tenho que me desfazer de algo que me apego. Sofro exageradamente, mais do que o necessário pela real perda.

Então o que está enroscado é o seguinte… como me aproprio das coisas, para poder cuidar delas de uma maneira mais inteira? só tendo vontade de fazer isso. E para ter vontade de fazer isso, só me apegando a ela? para me apropriar de um relacionamento, tenho que me apegar? tem como se apropriar sem se apegar? ou não, eu tenho é que aprender a lidar com as frustrações?

tá tudo meio nebuloso dentro de mim, mas resolvi escrever para ver se clareava um pouco…

bj jururu, lili”

Lili, recém integrante do Laboratório de Formatividade Tântrica da Companhia do Ser , pato pateta, pintando o caneco.

Série Medos: 2. relacionamentos

"Estou quietinha agora, vendo minha dificuldade de me aproximar pra valer das pessoas. Sinto que fico meio na periferia das relações, sem me ligar pra valer e achava que era medo de incomodar. Hoje de madrugada senti que o medo é de outra coisa, o buraco é beeem mais embaixo - é de amar, de me ligar, e depois perder as pessoas e daí vai doer muuuiiito. Aí vou continuar dolorida, com o pé atrás, fugindo ...???!!!

Só pra me mostrar um pouco mais - quando vim para cá estava apaixonada há anos (embora tivesse um "namorante" há 15 anos) por um homem que conheci há 23 anos - ele é casado, tinha sumido da minha vida e reapareceu exatamente 1 semana depois que o namorado morreu (êle, a paixão, não sabia de nada!). Ele mora longe de SP, 330 km... Depois de um trabalho árduo (rsrsrs) junto com o Gabriel consegui me entender e libertar dessa paixão neurótica. Daí um tempo começo a namorar um homem (este divorciado, gentil, amoroso)... que mora longe de SP, 335 km. Deu pra sacar?

Por que não posso me ligar, aproximar ? - se perder vai doer muito, então já fico longe mesmo - não é uma coisa maluca? De medo de não ficar feliz, já fico infeliz mesmo. O pior é que me vi tendo feito isto várias vezes, com amigos e conhecidos - eu me afasto antes porque imagino que vou ser deixada.

O MEDO É DEMAIS!!!"


Lila, participa do Laboratório de Formatividade Tântrica da Companhia do Ser . Inspiração do grupo, disponível, pisciana, querida. Prova de que decidir crescer não tem idade.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Depois do Tantra, nunca mais

“Tantra, nunca mais.

Por que ficamos dependentes de sermos aceitos?

Será que projetamos demais no outro nosso lugar no mundo?

Curioso perceber que, como estamos tão habituados com isso, vivemos nos deformando para podermos fazer parte. Fazer parte do quê, afinal?

Ler o texto do Osho sobre solitude, me fez refletir sobre essas idéias.

“Nascemos sós, vivemos sós e morremos sós. A solitude é nossa verdadeira natureza, mas não estamos cientes dela.”

Isso contrasta muito, porém não contradiz, a experiência que vivi no grupo avançado do Ground Zero. Deixem-me descrever:
No começo fiquei preocupado. Ja tinha tido uma pequena experiência com o próprio Saananda dessa meditação. Já estava com um arsenal de respostas prontas, mas nenhuma delas me convencia sobre QUEM EU REALMENTE SOU?

Me agarrei de alguma forma a elas, no entanto, numa tentativa de me convencer de que não era possível eu não conseguir responder: Quem é você? … Quem é você? …

“… permanecemos estranhos a nós mesmos e, em vez de vermos nossa solitude como uma imensa beleza e bem-aventurança, silêncio e paz, um estar à vontade com a existência, a interpretamos erroneamente como solidão.”

Chegou o momento! Nenhuma das respostas tinha funcionado! Que vazio. Que sensação de uma imensa pequeninice. Que medo. Medo. MEDO!

Medo de quê? Medo de cair no vazio. Como se estivesse andando sobre um abismo com uma camadinha de vidro extremamente fina debaixo dos pés. “Se me mexer eu escorrego. Se escoregar eu caio. Se cair o vidro espatifa!”

Então…

Susto!

Caí!!!?

Não. Não caí.

O que foi isso? Susto.

“No que você está se agarrando para responder essa pergunta?” Me é perguntado.
Não sei. Em mim mesmo. Na minha necessidade de ser algo. Na minha paura de não conseguir com meu cérebro brilhante responder essa PORRA DE PERGUNTA!

“As pessoas têm tanto medo de ficarem consigo mesmas que fazem qualquer tipo de estupidez.”

“Como seria não ter que responder, não ter que ser algo e simplesmente se entregar pro que é mais verdadeiro, que é o simples fato de que a gente é?” Que forte que foi essa pergunta! Deixa eu parar pra pens…

Uau!

Aconteceu algo! Não sei oque é mais foi muito. Alguma coisa imensa parece que ocupou meu lugar.

“O que te separa disso que foi muito?”

Deixa eu parar…

Paro. Sinto. Percebo.

“Aqueles que conheceram a solitude dizem algo completamente diferente. Eles dizem que não existe nada mais belo, mais sereno, mais agradável do que estar só.”
E tudo vibra. Luzes! SONS! Como os sons são poderosos! Um grave… Uma mistura de batida de coração com um ronronar infrasônico de um gato… e…

e…



“… deixou o mundo, foi para as cavernas, para as montanhas, para a floresta, apenas para ficar só. Ele deseja saber quem ele é. Na multidão é difícil; existem tantas perturbações… “

O que é contrastante na verdade é o próprio ser. Estive só naquele lugar. Só, porém em tudo. Como se tudo fosse eu e eu fosse somente aquilo. Uma solitude. Uma serenidade. Estive so mas sem estar sozinho.

Esse sou eu.

São tantas as vozes na minha cabeça que não funcionam mais. As vozes vem e vão e vem e vão, como rios serpenteando por um vale.

Ansiedade? Que linda! Falta de tranqüilidade? Nunca mais.

Medo? Que delícia! Falta de coragem? Nunca mais.

Vergonha? Que engraçado! Humilhação? Nunca mais.

Preguiça? Que alívio! Indolência? Desânimo? Nunca mais.

Dor? Sofrimento? Agonia? Que profundo! Desespero? Nunca mais.

Depois do tantra, nunca mais…”

Gyan Parmesh (membro da equipe de Tantra e faz parte do time de terapeutas da Companhia do Ser). Não precisa dizer mais nada.

Série Medos: 1. Medo de música

“Meus amigos, meus amores.
A intensidade de sentimentos que tem rolado entre nós, por e-mail ou pessoalmente, tem me nutrido muito.
Nunca me senti tão vivo.

Chega de fugir vou falar dos meus processos.
Como faço para não pertencer?
Me saboto.

Tenho observado como faço isso, principalmente em algumas áreas da minha atividade profissional, justamente a que tenho uma relação mais passional, a percussão.
Poderia contar várias histórias para definir os culpados, mas aí estaria caindo no principal padrão que uso para me sabotar: as desculpas

Tenho uma mania muito chata de ficar me justificando para as coisas que não faço, seja por não dar conta ou por medo. Mas me “dei mal” quando encontrei o Saananda, pois ele não se deixa enganar e é direto para desmascarar.

Tenho um puta ouvido, e isso me faz ser muito crítico com a minha execução musical.
Posso ouvir detalhes em uma música para percussão que passariam despercebidos para muitas pessoas, então projeto sonhos tão coloridos para mim que fico paralisado de medo. Aí vou me sabotando, vou adiando, vou arranjando desculpas para mim mesmo e não saio do lugar.

O engraçado é que quando atuo como Professor, tenho a paciência necessária para tirar resultado dos meus alunos, e consegui resultados muito bons.
Um exemplo prático de como me saboto. Eu fiz um Método de Percussão Corporal e estou cagado de medo para levar esse material para a apreciação e crítica dos Barbatuques, tenho conhecidos lá, não seria tão difícil fazê-lo, mas estou congelado, não consigo sair do lugar. Mas como posso fazer um trabalho sobre Percussão Corporal, morando na mesma cidade que o melhor grupo do mundo nesta área, e não os procurar para a apreciação deste material? É muito ilógico, já mostrei esse trabalho para amigos que o elogiaram, acredito, MESMO, no meu potencial como desenvolvedor de metodologias, mas estou cristalizado.

Tive uma boa pista do que me faz paralizar neste final de semana quando a Paula se expôs: fico nutrindo sonhos de ser convidado para o grupo e outros devaneios bestas, minha expectativa vai para as alturas e me sufoca. Até para escrever este e-mail sinto um pouco da “frustração por não ser alguém especial”…. com tantos relatos fortes me sinto até mesquinho com meus “probleminhas”.

Ai. Ufa…… Falei

Falei e estou feliz porque sinto que já falei de um lugar novo, não fiquei rodeando e me pondo como vítima nem como um vilão ou inútil.

Para sair um pouco da inércia gostaria de pedir uma ajuda especial da ANABEL – Querida gostaria muito da sua crítica ao meu trabalho, vamos combinar para eu te mostrar o meu método….

Quero aproveitar para manifestar a minha admiração por este trabalho.
Para mim uma das melhores sacadas é essa história de focarmos no COMO, sempre perdi muita energia me culpando ou me desculpando e agora tenho a possibilidade de me trabalhar sem esse desgaste. Isso tem sido muito BOM.

Putz. Como ficou longo…”


Yurê, garoto querido que participa mensalmente no Laboratório de Formatividade Tântrica da Companhia do Ser , músico, engraçado, lindo, querido...

Se tudo der errado, Yurê, pode aparecer no programa de calouros do gil como cover do Justin Timberlake ... hehehe, brincadeirinha, bjo!

terça-feira, 25 de março de 2008

Das entranhas

"Esse turbilhão me atiça a vontade de falar através das minhas entranhas. É a primeira vez que faço isso de forma consciente, assistindo a mim mesma nesta cena. Este é um local do meu corpo que só acesso quando tenho uma grande dor de barriga, quando tenho cólicas ou quando estou colerizada. Surge uma sensação de sarcamos, de ironia, de desdém ao falar disso, talvez esses sentimentos venham desse local...

A maratona do final de semana me despertou isso. Espremi meus órgãos, meu fígado, expeli o fel, a bilis, os sucos gástricos. Também estou meio rouca como muitos descreveram, mas sinto poder, presença, grandiosidade, plenitude, auto-suficiencia. Vou provando e comprovando as sensações de um novo corpo.

Não preciso inchar meu peito para formar um escudo, posso sentir as pessoas!
Não preciso afundar minha cabeça como uma tartaruga que se esconde em si mesma, já posso vislumbrar o horizonte!
Minhas pernas me aguentam, quanta confiança conquistada! Já posso ir e vir, esse é o meu direito!

Sinto a presença da minha barriga, não uma barriga flácida, com os pneuzinhos, mas a minha barriga viva, pulsante, vibrante. Minha barriga tem vontade, humor, e quer falar. Minha barriga vai revelando suas funções, vejo minha barriga como um ventre, um lugar de abrigo, um lugar de geração, de força, de tranquilidade, de transformações profundas.

Sinto-me mais Mada do que nunca, acho que sempre fui, a diferença é que agora o fruto está amadurecendo. Seguindo seu ciclo antes parado pelo congelamento.
Me inspiro no sonho da Paula, quero parir um filho, ou melhor uma filha. Sinto que estou grávida de mim mesma. Vou parir aquela que ficou lá dentro, escondida, guardada, protegida, em maturação e quase morreu congelada num primeiro momento e depois, por asfixia. Salva no último instante! Ufa!!

Sinto que as entranhas são um lugar de poder, lugar para se ver e fazer e falar de coisas sujas e sublimes sem distinção, entrar e sair sem pedir licença, extravasar o tesão com sustentação, e tantas outras coisas que me soam como primitivas, mas fundamentais e vitais. Conquistar os espaços novos, dar espaço para as cóleras da vida sem se perder nelas. Cuidar do espaço conquistado com tanto suor!

As entranhas são vitais nas minhas decisões e no tamanho do mundo que conquistei!!

Nossa!! até eu me assustei agora!

Minha profunda gratidão por ouvirem os primeiros sons de minhas entranhas!!

beijos digestivos a cada um,

Mada"


Texto escrito por Dhyan Mada (freqüenta o curso avançado do Laboratório de Formatividade Tântrica da Companhia do Ser , e é uma mulher linda, sábia e dedicada).

RE: Um quebra-cabeça, uma mensagem, uma música, uma declaração de amor…

Vai chegar o dia em que os computadores possam transmitir matéria

Se fosse agora

Vc seria banhada pelas minhas lágrimas

De gratidão

De alegria

De empatia com tua solitude

Bjs molhados

De lágrimas suaves

Saananda. PS: Mas lembrem-se, que depois de montar o quebra-cabeça, a gente desmancha...
É quase seguro, que nunca mais monta de novo!!!
Hehe
O barato, não é o quebra-cabeça, é o desafio.

Um quebra-cabeça, uma mensagem, uma música, uma declaração de amor...

"Cheguei num ponto do meu caminho em que sinto como se estivesse montando um quebra-cabeça de 5.000 peças.

Não sei se alguém já fez isso. Quem já fez vai saber do que estou falando. Você monta primeiro a moldura, depois de ter passado um tempão só pra achar as peças que tem um lado reto no meio de 5.000. Só pra montar a moldura vc demoooora, e vai aos pouquinhos. Pronto. Moldura terminada. E agora? Um bolo indiscriminado de peças, e você primeiro separa, por tonalidades de cores...

Por motivos, estampas,... é galho, é telhado ou é céu?
Ai meu deus, qantas peças azul-céu, IDÊNTICAS, CARALHO, eu nunca vou conseguir montar isso!

E aos pouquinhos, vc vai fazendo, separando, pára pra tomar um suco, vai trabalhar, volta do trabalho e continua montando...

(e estoy ouvindo
"Siempre me Quedará" sem parar, que perfeição essa letra, neste momento!)

“Cómo decir que me parte en mil
las esquinitas de mis huesos,”

Hoje comecei a ler as mensagens do grupo em atraso (não abro o email desde o encontro do avançado).

Quanta coisa, quanta coisa linda, me perco em tanto conteúdo... Me vejo me separando, não fazendo parte (depois explico mais isso). Depois de tantos e tantos grupos, percebo um novo desdobramento do meu processo, ou uma nova dobra surgindo?, formativamente falando.

Uma coisa espantosa está acontecendo.
Todos os meus mecanismos estão DISPARADOS. Todas as luzes de alerta piscando, os alarmes soando... É como se um cenário gigantesco já tivesse desmoronado, e sobrou um velhinho frágil e patético, que estava por trás de tudo isso, tentando apagar os incêndios... “Nãããão, meu reinoooo!!!” Um magico de Oz senil e patético.

“que han caído los esquemas de mi vida
ahora que todo era perfecto.”

Meus mecanismos, ah... Me vejo repetindo quase à perfeição os esquemas que montei pra sobreviver em minha família, com o grupo!
Nenhuma história de horror. Apenas uma história de omissões, e de não-fazeres.

Uma história de como sempre fui amada e incompreendida ao mesmo tempo, a caçula engraçadinha que divertia a todos os 6 irmãos bem mais velhos, pai e mãe, com sua inteligência e graciosidade... “Como criar essa criatura? Será que tem que por numa escola diferente? Que que a gente faz?” E foi do jeito que deu, nas coxas – sim, o melhor que puderam dar de si.

Até eu crescer. Não, minha puberdade não foi aceita. De repente, todo mundo sumiu! Todos os meus “cuidadores” (irmãos) caíram fora de minha criação (ocupados demais virando adultos), meu pai teve que se mudar pra Curitiba e não testemunhou meus 10 aos 15 anos. Minha mãe, presente em corpo, e completamente ausente...! Perdida em suas depressões e seus próprios fantasmas. “Não consigo discutir com a Carla, ela sempre me dobra com argumentos!” Ela desistiu, e me deixou estar. Let it be.

Mas, ah, como eu era amada! O Amor, uma entidade intocável, sempre presente. “No creo em brujas, pero que las hay, las hay.”, algo assim. Meu irmão que mais me maltratava fazia isso porque ele me amava mais que tudo na vida! Nunca faltou carinho! Não tem do que reclamar, então, certo? Toca a tua vida sozinha, com essa idéia de amor esquizofrênico que ama e pronto. E cada um por si.

E como isso tudo se junta ao nosso grupo, na nossa família?
Eu nunca falei pra minha família que precisava deles. Não pude precisar. Cresci, realmente achando que me tornei forte e indepentente (leia-se: “que não sente dor nem porra nenhuma” e “não precisa de vocês mesmo, seus omissos de merda!”)

Me vejo, agora, com tudo disparado, observando o velhinho tentando recriar o circo, reerguendo estruturas que não páram mais em pé. O “mulherão” controlador virou um velhinho de 1,56m, um controlador patético.
Me vejo, no momento em que mais preciso de vocês, à beira de gritar “vão à merda seus idiotas! Eu não preciso de vocês!”

Quero dar as costas por achar que vou ser ignorada, rejeitada e não-reconhecida, como minha família fez comigo. Quero foder antes que eu me foda.

Me observo sentindo tudo isso...
... separando, cor por cor, árvore com árvore, céu com céu. Triste, frágil e incomodada com tantos alarmes soando, mas SERENA como NUNCA.

“El tiempo todo calma, la tempestad y la calma, el tiempo todo calma, la tempestad y la calma.”

E uma chuva deliciosa lava a minha alma. Me sinto desmanchando, derretendo, dissolvendo. Sinto frio, mas me sinto mais abençoada que nunca. Vejo um córregozinho se formando, que logo vai criar volume e gerar uma correnteza que vai levar algumas coisas embora, e fecundar outras. É a energia do grupo! Essa membrana que nos une! É o cuidado do Parmesh e a energia sempre presente do Saananda. Um oceano de energias curadoras que já nos envolve, e pra onde que que meu rio corra.

“de este cuerpecito mío que se ha convertío en río. de este cuerpecito mío que se ha convertío en río.”

Percebo agora como precisei de minha família. Meus irmãos, meus pais. Nunca tinha conseguido perceber que tudo o que eu queria era ter sido amada, acompanhada, compreendida, aceita. Só agora!

O meu impulso de me separar, minha sensação de que eu não serei aceita, de que não estou agradando, de não querer dar trabalho, meu medo de ser excluída por não ser compreendida... São todas formas de ser amada que eu aprendi! (e seus derivados!) Fico tentando encaixar o grupo, essa família, na forma de amar e ser amada que aprendi com minha família!

Então, não. Vou fazer diferente.

Preciso SIM de vocês. Preciso do amor de vocês. Quando digo “o grupo”, ou “vocês”, quero dizer, exatamente: cada um de vocês com cada umas de suas caracetrísticas. Não é o grupo como uma instituição, mas como várias pessoas, juntas.

É com vocês que quero crescer, experimentar, aprender e ensinar.
Ainda estou aprendendo como amar e ser amada desde um outro lugar, diferente da incompreensão e do distanciamento. Não sei ainda como é. Só sei que é um lugar bem mais feminino, molinho e molhado, hehehe...

Junto com esses mecanismos disparados vêm muitos sentimentos. Me vem tristeza, raiva, doçura, saco-cheio, cansaço, calor, tesão, preguiça. Mergulho nelas e fico presente nelas, aí elas passam, e eu fico. Estou aqui. Quero aprender a ser aceita assim. Dos outros jeitos eu já sei. Sei que estou meio feia, meio sem brilho no olho. Meio purulenta, meio séria. Tô bem estranha. Mas estou aqui, e sei que serei muito mais, muito em breve.

É um momento muito AQUI, COMIGO. Quero dizer egoísta, mas essa palavra tem várias interpretações.
É AQUI, COMIGO. Essa Veet Prem, um EU que me observa, me dando a mão SEM LARGAR. O Parmesh, me dando a mão SEM LARGAR (obrigada, meu lindo).

Como se meu corpo fosse o de um bebezinho que colocassem na água corrente de um riacho, segurando pelos bracinhos, ele fecha os olhinhos, e tampa a boca meio desajeitado e totalmente presente, sente a água, é forte, é frio, brrr!!!, parece que vai se perder, vou me perder, AI, VOU ME PERDER.....!!! ...
... E de repente os pais puxam os bracinhos e tiram da água. “Ta tudo bem, querida, estamos aqui.”

É assim que estou comigo.

“Siempre me quedará
la voz suave del mar,
volver a respirar la lluvia que caerá
sobre este cuerpo y mojará
la flor que crece en mi......y volver a reír”
...

Que relatos lindos, Libania, Mada, Cintia, Alex, Lily, Ana Helena, Dinmani, Paula-repolho, Rajiva, e outros tantos... Saudades Glaucia, bom que já vou te ver! Quero comentar, e contribuir, mas não vem nada. Estou AQUI COMIGO, leio vocês e vejo vocês e SORVO vocês (como uma ostra com limão!), e sorrio um sorriso muito grande lá dentro, mas não consigo sair, ir pra fora. Ou melhor, não QUERO sair dessa minha placenta. Essa gestação de que falei no avançado, parece que absorve todos os meus nutrientes e energias, eu como muito e não engordo, todos falam que eu emagreci!

Sei que é muita metáfora, queria me fazer entender com elaborações mais “corticais”... mas estou nesse lugar agora. É assim, e tento passar um pouco pra vocês. Desculpem o texto tão longo e obrigada aos que sobreviveram até o final! :o)

Ana Helena, querida, você é MUITO bem vinda. Lembra que eu te falei que é um tempo lento, um processo biológico...? por enquanto você é ostra, tudo bem.

Um grande abraço a todos vocês, inclusive os que não aparecem faz tempo.
Veet Prem – (e a Carla acena e manda lembranças a todos)"


Esta declaração de amor foi enviada por Veet Prem (da equipe avançada de Tantra e da equipe de terapeutas da Companhia do Ser , dotada de um dom excepcional de emocionar a gente).

Música: Siempre me Quedará - Bebe

SOLITUDE vs. Solidão

"Nascemos sós, vivemos sós e morremos sós. A solitude é nossa verdadeira natureza, mas não estamos cientes dela. Por não estarmos cientes, permanecemos estranhos a nós mesmos e, em vez de vermos nossa solitude como uma imensa beleza e bem-aventurança, silêncio e paz, um estar à vontade com a existência, a interpretamos erroneamente como solidão.

A solidão é uma solitude mal interpretada. E uma vez interpretando mal sua solitude como solidão, todo o contexto muda. A solitude tem uma beleza e uma imponência, uma positividade; a solidão é pobre, negativa, escura, melancólica.

A solidão é uma lacuna. Algo está faltando, algo é necessário para preenchê-la e nada jamais pode preenchê-la, porque, em primeiro lugar, ela é um mal entendido. À medida que você envelhece, a lacuna também fica maior. As pessoas têm tanto medo de ficarem consigo mesmas que fazem qualquer tipo de estupidez. Vi pessoas jogando baralho sozinhas, sem parceiros. Foram inventados jogos em que a mesma pessoa joga cartas dos dois lados.

Aqueles que conheceram a solitude dizem algo completamente diferente. Eles dizem que não existe nada mais belo, mais sereno, mais agradável do que estar só.

A pessoa comum insiste em tentar se esquecer de sua solidão, e o meditador começa a ficar mais e mais familiarizado com sua solitude. Ele deixou o mundo, foi para as cavernas, para as montanhas, para a floresta, apenas para ficar só. Ele deseja saber quem ele é. Na multidão é difícil; existem tantas perturbações... E aqueles que conheceram suas solitudes conheceram a maior das bem-aventuranças possíveis aos seres humanos, porque seu verdadeiro ser é bem-aventurado.

Após entrar em sintonia com sua solitude, você pode se relacionar. Então, seu relacionamento trará grandes alegrias a você, porque ele não acontecerá a partir do medo. Ao encontrar sua solitude, você pode criar, pode se envolver em tantas coisas quanto quiser, porque esse envolvimento não será mais fugir de si mesmo. Agora, ele será a sua expressão, será a manifestação de tudo o que é seu potencial.

Porém, o básico é conhecer inteiramente sua solitude.
Assim, lembro a você, não confunda solitude com solidão. A solidão certamente é doentia; a solitude é perfeita saúde. Seu primeiro e mais fundamental passo em direção a encontrar o significado e o sentido da vida é entrar em sua solitude. Ela é seu templo, é onde vive seu Deus, e você não pode encontrar esse templo em nenhum outro lugar."

OSHO, The Golden Future, # 6

FEMINILITUDE

"De uns tempos pra cá, perdi 10 quilos de massa muscular. E de massa não muscular também. Mas fato é que o meu corpo foi ficando mais leve, flexível, menos espaçoso. O corpo foi assumindo minha relação mais delicada com a vida, mais sensível e perceptiva. Eu não tenho mais que "chegar chegando". Não tenho mais que impor nada pela força bruta. Não tenho que disputar espaço. Não tenho que falar mais alto.

Cada vez menos quero provar coisas para os outros. E cada vez mais gosto de estar com os outros. Porque é uma delícia quando a gente começa a perceber o outro. É uma viagem. Uma descoberta. Já posso cruzar as pernas de um jeito que o meu pai achava feminino, já posso me espreguiçar de um jeito que eu mesmo achava feminino.

Também já posso olhar para as mulheres e ver amigas queridas, sem ter que me encaixar em modelos estigmatizados de relacionamento homem/mulher. E tenho um tesão ainda maior pelas mulheres. Acho todas lindas. Cada uma à sua maneira.

Longe dos rótulos e esteriótipos, eu vou dançando com a vida. Vou me surpreendendo com novos eus. E cada vez eu sei menos quem eu sou.
Não sou nada, nem ninguém.

Assim sou o que vem.

O ar só vira vento, se estiver em movimento. (...)"

Marcio, faz parte do grupo que se encontra mensalmente no Laboratório de Formatividade Tântrica da Companhia do Ser , e está se descobrindo totalmente a vontade dentro da sua feminilidade, que não tem nada a ver com sua sexualidade...

Namastê!

E por falar em tristeza, olha quem bate na porta...

Depois da mensagem multicolorida sobre a tristeza da Dinmani, a Ana Helena (uma ostrinha linda que está se abrindo aos poucos no Laboratório de Formatividade Tântrica ), lembrou de um poema Sufi de Jalal ad-Dim, Rumi. Assim:

"Ser um ser humano é uma casa de hóspedes.
Todas as manhãs chega alguém.

É uma alegria que chega, uma depressão, uma mesquinharia,
uma dar-se conta momentâneo:
visitas inesperadas.

Dê as boas-vindas a todos,
Mesmo quando um bando de tristezas
carrega toda a mobília
da sua casa.

Trate cada hóspede com reverência,
Talvez ele abra espaço
para uma nova alegria.

O pensamento sombrio, a vergonha, a malícia,
receba-os na porta sorrindo,
e convide-os para entrar.

Agradeça a quem quer que chegue,
por que cada um foi enviado
como um guia do além."


Obrigado, Ana! Beijo de Ostra!

NOSSA AGENDA

No feriado dos dias 19, 20 e 21 de abril, teremos um encontro de Massagem Sensual e Aromaterapia.

"Se você ama e sente compaixão pela outra pessoa e sente o valor supremo dela; se você não a trata como se fosse um mecanismo para ser colocado em ordem, mas uma energia de tremendo valor; se você está agradecido por ela confiar em você e permitir que você brinque com a sua energia – então mais e mais você irá sentir como se você estivesse tocando um órgão. Todo corpo se torna as teclas do órgão e você pode sentir que uma harmonia é criada dentro do corpo. Não somente a pessoa será ajudada, mas você também. (...)

A massagem é necessária no mundo porque o amor desapareceu. Outrora o próprio toque dos amantes era suficiente. Uma mãe tocando o filho, brincando com o seu corpo, era massagem. O marido brincando com o corpo da mulher, era massagem; isto era suficiente, mais do que suficiente. Isto era profundo relaxamento e parte do amor. Mas isto desapareceu do mundo. Mais e mais nós esquecemos onde tocar, como tocar, o quanto profundo tocar. Na verdade, o toque é uma das linguagens mais esquecidas. Nós nos tornamos quase desconfortáveis no toque, porque a própria palavra for corrompida pelas assim chamadas pessoas religiosas. Elas lhe deram uma conotação sexual. A palavra se tornou sexual e as pessoas se tornaram amedrontadas. Todo mundo está de guarda para não ser tocado, a menos que se permita. Agora no ocidente o outro extremo chegou. Toque e massagem se tornaram sexual. Agora a massagem é apenas uma cobertura, um cobertor para a sexualidade. Na verdade nem o toque nem a massagem são sexuais. Eles são funções do amor. Quando o amor cai de sua altura ele se torna sexo e então ele se torna feio. (...)

A massagem é entrar em sincronia com a energia do corpo de alguém e sentir onde ela está faltando, sentir onde o corpo está fragmentado e torná-lo completo... É ajudar a energia do corpo de modo que ela não seja mais fragmentada, não mais contraditória. Quando as energias do corpo estão alinhadas e se tornam uma orquestra, então você teve sucesso. (...)"


Livro da Cura - OSHO

Entre no site da Companhia do Ser para maiores informações!!

Rainbow, sunset e tristeza


"Um lindo dia de sol. Um feriado que se aproxima. E hoje de manhã, me percebo de novo mergulhada nessa tristeza que muita gente vê em mim.
Não sinto que quero fazer nada a respeito. Não quero lutar contra, não quero alimentar nem me apegar a essa sensação, não quero entender o porquê. Quero ficar nela, quero estar nela, quero abraçar minha tristeza. Quero me conhecer triste.

Acho que passei a vida meio que escolhendo os sentimentos, aqueles que são "bons", aqueles que podem, e tentando evitar a todo custo aqueles que eu não deveria sentir, aqueles que não dá pra aguentar, aqueles que são "ruins". Consigo perceber uma educação católica/cristã enraizada nas minhas definições (certo/errado; bom/mal), e me percebo em camadas. Pra não me sentir triste, inventei uma camada de falsa alegria, pra não me sentir frágil construí uma armadura de forte, pra não sentir medo, criei uma capa de coragem.

Mais simples teria sido lidar com o sentimento original (é claro que não dava pra saber disso quando tudo começou, e fui me virando como conseguia). Estranho dizer, mas na minha essência tem espaço pra tristeza, pra raiva, pro medo, TAMBÉM.

Falei em essência porque outro dia fiz um exercício em que eu deveria desenhar minha essência e escrever uma frase que a definisse. Desenhei uma espiral ou mandala, não sei bem, que era toda colorida, e eu sentia que ali cabia o azul, mas também cabia o preto. E não tinha uma cor melhor ou mais bonita que a outra. Cada uma tinha o seu espaço, e às vezes, elas se mesclavam, formando cores completamente únicas. A frase: "Eu ocupo um espaço que é meu".

Só consigo sentir amor na mesma profundidade que já senti minha raiva. Ou melhor, só consigo sentir amor, se sou capaz de sentir raiva, ou medo, ou tristeza... E às vezes é tudo meio misturado. Agora por exemplo, ser capaz de me entregar pra minha tristeza, parece que me traz uma alegria. Porque ela cabe. Porque ela ocupa um espaço. TAMBÉM.

Sobre o arco-íris... Só dá pra ver quando chove e faz sol ao mesmo tempo."

Dinmani (participa do encontro mensal de Laboratório de Formatividade Tântrica da Companhia do Ser , é uma mulher totalmente linda na tristeza que faz parte da beleza de sua essência).

NOSSA AGENDA

De todos os cursos que dou, o de Biocontato, por ser meu próprio método, é o que mais gosto. Ele me permite sair do trilho para poder deixar acontecer e mostrar, sem amarras, o que realmente sei de massagem e trabalho psicossomático aprendido nestes 24 anos de experiência.

Há muito medo de tocar, de sentir, de fluir.

O Biocontato mesmo se utilizando de uma depuração de técnicas muito especiais, oferece a possibilidade de trazer cura além da técnica, além da energía, cura que acontece pela vinculação do terapeuta na hora de tocar, TOCANDO...

É uma vivência de corpo e alma, se fundindo em seu próprio pulso.

Em geral, qualquer pessoa que passe por esta experiência fará uma diferença no seu trabalho de massagem e na sua vida.

Entre no site da Companhia do Ser para maiores informações!!

A Primeira Vez...

Então agora é oficial, nosso blog está estreando na net... O Blog da Companhia do Ser!!

Um espaço para compartilhar sensações, experiências, novidades, textos, músicas, arte, infos, tudo feito na base do amor...

Mas um amor diferente. Um amor construído: um tipo de amor que a gente vai aprendendo a receber, acolhendo, se apropriando e não se conformando.

Um amor diferente do estabelecido por aí, nos filmes, novelas e romances.

Um amor de presença e cuidado.

Beijo,

Saananda.