quinta-feira, 27 de março de 2008

Tragada pela Ressureição

Diário de bordo - feriado de páscoa, por Dhyam Mada (Laboratório de Formatividade Tântrica da Companhia do Ser ).

“Tá difícil sustentar as coisas que estão se passando comigo, minha cabeça, meu corpo, minha vida. À semelhança da Lili venho aqui para ver se consigo dar um pouco de luz aos pensamentos e sentimentos que estão dispersos.

Minhas estruturas corporais desabaram durante o último final de semana e sinto muita, mas muita estranheza interna. Meus alicerces se desfizeram como pó, meus escudos se soltaram e me sinto totalmente vulnerável. Estou quieta há vários dias, enrolada, em formato de tatu-bolinha, tentando me acolher em mim mesma. Sinto-me vulnerável, como se a qualquer momento alguém pudesse pisar nesse tatu-bolinha e me esmagar definitivamente.

Tive uma febre forte em decorrência de uma amidalite no sábado e durante a sessão “delírio” entrei em contato direto com as sensações que experimentei ante o ambiente de morte de pessoas queridas. Já havia iniciado o processo na última sessão individual com o Gabriel, sabia que desse contato viriam muitas coisas, mas confesso que está difícil saber quem sou ou como estou neste momento.

Essa vivência juntamente com algumas outras sessões de febre desencadearam milhares de sentimentos como meus medos, meu susto ante o desconhecido, minha sensação de abandono, minha sensação de injustiça, minha sensação de ser traída, minha sensação de ser preterida, minha sensação de ser humilhada, e por aí vai.

Aos poucos, cada sentimento, me leva a fazer contato com os motivos que me levaram a desenvolver vários dos meus padrões comportamentais. Começo a perceber que fui armando meus alicerces internos e meus escudos externos para me proteger de cada frustração, ausência, tristeza e falta de compreensão. Não queria sofrer, não queria ficar triste, não queria sentir a dor do vazio da ausência, não queria sofrer a humilhação de me sentir preterida.

Aos poucos fui aperfeiçoando meu modelo de auto suficiencia para não precisar depender do outro. Hora porque o outro não estava presente; hora porque o outro dizia que viria e não aparecia; hora porque o outro não podia; hora porque o outro já não mais existia.
Sinto-me completamente desarmada e fraca. Não tenho forças para me sustentar em meu corpo frágil e vulnerável. Sinto-me totalmente tragada pela energia da Ressureição!
Namastê!

Mada-desarmada-da-Silvia”

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