quarta-feira, 26 de março de 2008

Série Medos: 1. Medo de música

“Meus amigos, meus amores.
A intensidade de sentimentos que tem rolado entre nós, por e-mail ou pessoalmente, tem me nutrido muito.
Nunca me senti tão vivo.

Chega de fugir vou falar dos meus processos.
Como faço para não pertencer?
Me saboto.

Tenho observado como faço isso, principalmente em algumas áreas da minha atividade profissional, justamente a que tenho uma relação mais passional, a percussão.
Poderia contar várias histórias para definir os culpados, mas aí estaria caindo no principal padrão que uso para me sabotar: as desculpas

Tenho uma mania muito chata de ficar me justificando para as coisas que não faço, seja por não dar conta ou por medo. Mas me “dei mal” quando encontrei o Saananda, pois ele não se deixa enganar e é direto para desmascarar.

Tenho um puta ouvido, e isso me faz ser muito crítico com a minha execução musical.
Posso ouvir detalhes em uma música para percussão que passariam despercebidos para muitas pessoas, então projeto sonhos tão coloridos para mim que fico paralisado de medo. Aí vou me sabotando, vou adiando, vou arranjando desculpas para mim mesmo e não saio do lugar.

O engraçado é que quando atuo como Professor, tenho a paciência necessária para tirar resultado dos meus alunos, e consegui resultados muito bons.
Um exemplo prático de como me saboto. Eu fiz um Método de Percussão Corporal e estou cagado de medo para levar esse material para a apreciação e crítica dos Barbatuques, tenho conhecidos lá, não seria tão difícil fazê-lo, mas estou congelado, não consigo sair do lugar. Mas como posso fazer um trabalho sobre Percussão Corporal, morando na mesma cidade que o melhor grupo do mundo nesta área, e não os procurar para a apreciação deste material? É muito ilógico, já mostrei esse trabalho para amigos que o elogiaram, acredito, MESMO, no meu potencial como desenvolvedor de metodologias, mas estou cristalizado.

Tive uma boa pista do que me faz paralizar neste final de semana quando a Paula se expôs: fico nutrindo sonhos de ser convidado para o grupo e outros devaneios bestas, minha expectativa vai para as alturas e me sufoca. Até para escrever este e-mail sinto um pouco da “frustração por não ser alguém especial”…. com tantos relatos fortes me sinto até mesquinho com meus “probleminhas”.

Ai. Ufa…… Falei

Falei e estou feliz porque sinto que já falei de um lugar novo, não fiquei rodeando e me pondo como vítima nem como um vilão ou inútil.

Para sair um pouco da inércia gostaria de pedir uma ajuda especial da ANABEL – Querida gostaria muito da sua crítica ao meu trabalho, vamos combinar para eu te mostrar o meu método….

Quero aproveitar para manifestar a minha admiração por este trabalho.
Para mim uma das melhores sacadas é essa história de focarmos no COMO, sempre perdi muita energia me culpando ou me desculpando e agora tenho a possibilidade de me trabalhar sem esse desgaste. Isso tem sido muito BOM.

Putz. Como ficou longo…”


Yurê, garoto querido que participa mensalmente no Laboratório de Formatividade Tântrica da Companhia do Ser , músico, engraçado, lindo, querido...

Se tudo der errado, Yurê, pode aparecer no programa de calouros do gil como cover do Justin Timberlake ... hehehe, brincadeirinha, bjo!

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