terça-feira, 25 de março de 2008

Rainbow, sunset e tristeza


"Um lindo dia de sol. Um feriado que se aproxima. E hoje de manhã, me percebo de novo mergulhada nessa tristeza que muita gente vê em mim.
Não sinto que quero fazer nada a respeito. Não quero lutar contra, não quero alimentar nem me apegar a essa sensação, não quero entender o porquê. Quero ficar nela, quero estar nela, quero abraçar minha tristeza. Quero me conhecer triste.

Acho que passei a vida meio que escolhendo os sentimentos, aqueles que são "bons", aqueles que podem, e tentando evitar a todo custo aqueles que eu não deveria sentir, aqueles que não dá pra aguentar, aqueles que são "ruins". Consigo perceber uma educação católica/cristã enraizada nas minhas definições (certo/errado; bom/mal), e me percebo em camadas. Pra não me sentir triste, inventei uma camada de falsa alegria, pra não me sentir frágil construí uma armadura de forte, pra não sentir medo, criei uma capa de coragem.

Mais simples teria sido lidar com o sentimento original (é claro que não dava pra saber disso quando tudo começou, e fui me virando como conseguia). Estranho dizer, mas na minha essência tem espaço pra tristeza, pra raiva, pro medo, TAMBÉM.

Falei em essência porque outro dia fiz um exercício em que eu deveria desenhar minha essência e escrever uma frase que a definisse. Desenhei uma espiral ou mandala, não sei bem, que era toda colorida, e eu sentia que ali cabia o azul, mas também cabia o preto. E não tinha uma cor melhor ou mais bonita que a outra. Cada uma tinha o seu espaço, e às vezes, elas se mesclavam, formando cores completamente únicas. A frase: "Eu ocupo um espaço que é meu".

Só consigo sentir amor na mesma profundidade que já senti minha raiva. Ou melhor, só consigo sentir amor, se sou capaz de sentir raiva, ou medo, ou tristeza... E às vezes é tudo meio misturado. Agora por exemplo, ser capaz de me entregar pra minha tristeza, parece que me traz uma alegria. Porque ela cabe. Porque ela ocupa um espaço. TAMBÉM.

Sobre o arco-íris... Só dá pra ver quando chove e faz sol ao mesmo tempo."

Dinmani (participa do encontro mensal de Laboratório de Formatividade Tântrica da Companhia do Ser , é uma mulher totalmente linda na tristeza que faz parte da beleza de sua essência).

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