quinta-feira, 27 de março de 2008

Jururu

“Esta semana me afundei numa deprê… Alternei em vontade de chorar e vontade de não fazer nada… Desespero e paralisia… Os dois são lugares já são bem conhecidos por mim, mas desta vez, mergulhei profundamente nelas… Minha pequeninisse. Meu ser menos. Não cuidar de mim. E reconhecer que este lugar é de extremo conforto, ainda que me faça mal. Me olho no espelho e levo um susto… afff…

Tudo começou semana passada, qdo conversando com minha terapeuta, me veio a seguinte questão: pq não consigo ir a fundo em nenhuma história, que medo de crescer e de ser adulta é esse, que não me faz cuidar direito de nada. É mais ou menos assim, eu aceito um trabalho, uma relação, mas vou levando, sem me compromissar demais, até o quanto não é “demais para mim”. Só que nessas, eu sempre faço um pouco menos, e sempre mal feito. Não é questão de perfeccionismo. Eu tenho certeza que sou capaz de fazer melhor… então pq não faço?

Parece um pouco da história que a Lila falou uma vez… Eu tenho um problema tão grande em me frustrar ou me decepcionar comigo e com os outros, que me frustro antes, já estrago tudo antes. Por medo de me decepcionar, não me aproprio inteiramente das relações. Não sinto vontade de me responsabilizar pelas histórias. Fico sempre na beiradinha, para não me molhar inteira. Mas quem fica na beirada não come o recheio.

Sou uma pessoa muito apegada às pessoas e às coisas. Sofro muito quando as perco, ou qdo tenho que me desfazer de algo que me apego. Sofro exageradamente, mais do que o necessário pela real perda.

Então o que está enroscado é o seguinte… como me aproprio das coisas, para poder cuidar delas de uma maneira mais inteira? só tendo vontade de fazer isso. E para ter vontade de fazer isso, só me apegando a ela? para me apropriar de um relacionamento, tenho que me apegar? tem como se apropriar sem se apegar? ou não, eu tenho é que aprender a lidar com as frustrações?

tá tudo meio nebuloso dentro de mim, mas resolvi escrever para ver se clareava um pouco…

bj jururu, lili”

Lili, recém integrante do Laboratório de Formatividade Tântrica da Companhia do Ser , pato pateta, pintando o caneco.

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