sexta-feira, 24 de julho de 2009

queridos, minha loucura

"Olá queridos

Estranho usar essa palavra: "queridos". Pela primeira vez na vida sinto ela natural como se falasse para minha filha.

Estou ferido, triste, magoado. Percebo agora claramente como o outro é estranho, como é dificil e como é misterioso.

Me lembro no último dia pela manha varios tomando café: dando risadas, falando alto....e eu ali acuado, sem conseguir falar direito... vai tomar no cu...... vai tomar no cu............. cansei dessa prisão, dessa limitação. Desse sofrimento que nem sei mais se é real ou se invento pra mim...

Na respiração o Saananda me disse que não precisava mais sofrer, agora estava na hora de celebrar e comecei a rir, foi um momento bonito e deve muita força, Gabriel.

Nesse encontro estou fazendo as pazes com meu masculino. Se tinha medo das mulheres, percebi que os homens sao verdadeiros estranhos. Tive contato com varios de um jeito mais proximo, mais amoroso: Prata, Yurê, meu amigo Ribamar (esse ainda está em estado de transe...r.s), e tantos outros...

Ainda tenho dificuldade de me aproximar do Manuel. Devo projetar muitas coisas nele.....como trabalhamos perto um do outro, gostaria de almocar um dia com voce Manolo.

Com as mulheres estou me sentindo mais a vontade. Estranho que, apesar de me sentir mais a vontade, ainda é desafio sustentar uma conversa. Sustentar. Essa é a palavra da moda. Em relação aos primeiros encontros já consigo muitas coisas, mas sem sustentar, sem manter...

sempre dou um jeito de fugir, de sair, de me distanciar do que sinto....

Senti muito ciumes e pela primeira vez o ciume não é um nome, é uma raiva potente que conseguia faze-la expadir e aos poucos ia se transformando em medo e pasme, foi virando prazer... ciumes virando prazer... não consigo ver logica nisso, mas cada vez que deixava um espaço a esse sentimento... ele se transformava, ou se dissipava. Era uma energia que tinha um tempo de vida... chegou um hora que falava pra mim mesmo: esse ciumes so precisa de um tempinho pra ele "ser"...

Nunca fui tão infeliz como nesse grupo, mas estranhamente nunca fui tão feliz. Hoje entendo felicidade como um espaço em mim, um grande espaço de experimentação. um lugar de sentimentos, todos eles, pois não mais os escolho, dou-lhes o palco e todos brilham... e agora tem espaco pra raiva, para o medo, para o ciumes, para uma sensação que sempre teve comigo e nao a percebia em mim. Um sentimento de quebra, como se a realidade nao mais existisse.

Uma sensação que me tirava do momento e do encontro... também tenho espaço pra esse sentimento agora... não me é mais estranho...............

E minha tristeza, a quem chamo carinhosamente de Cadrock (deus do abandono)... está cada vez mais gostosa, mais próxima. As vezes consigo ela pura ( sem o medo que sempre estava por perto), é uma sensacao deliciosa de entrega e aceitação. Estranho, essas sensações sempre fez parte da minha loucura (tive meus periodos de anti-psicoticos), pelo menos minha loucura era o desespero pra nega-la.

Hoje me sinto mais são, pois agora consigo da conta da quantidade enomes de sentimentos que eu negava... aceito a loucura e nao enlouqueco... esquisito... rs

Agradeco a todos de coração, cada um teve seu significado nesse encontro...

e agradeco ao Saananda (minha profunda gratidão, Sa. Sei que sou meio lento (baiano, né...rs)), mas estou chegando... rs

Alex Ferraz"

(do Laboratório de Formatividade Tântrica da Companhia do Ser )

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